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Para tudo! Vamos começar de novo. Aqui seria um espaço para troca de livros, mas acabou tornando-se um local de desabafos. Meus desabafos... Porque minha amiga Luciana abandonou o barco por causa de outros projetos e nunca mais postou nada. Então ela me pediu que reformulasse o blog e eu, Anoushe, sigo daqui com vocês que gostam de acompanhar um pouco do que fervilha em minha cabeça. A finalidade continua sendo trocar ideias, portanto, preciso mais da ajuda de vocês. Quem quiser dar sugestões para futuros textos, mande um e-mail. Podem também enviar textos sobre um livro que leram, uma música que os emocionou, peça de teatro, filme, enfim... Haverá um espaço reservado para suas impressões, tornando esse blog mais participativo e realizando uma efetiva troca de ideias. Conto com vocês, como sempre, para dar seguimento a isso que considero vital: trocar ideias, apreciar a arte, observar e conhecer pessoas e escrever... escrever... escrever...! "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." - Clarice Lispector

sexta-feira, 25 de maio de 2012

"Viver para contar"



Comecei a ler esta semana o livro Viver para Contar, de Gabriel García Marquez. Devoro os livros dele, realmente gosto muito, e esse me encantou logo de cara por dois motivos: um por se tratar de suas memórias e outro pela epígrafe. "A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la".
O "como recorda", no caso do autor, faz toda a diferença em sua literatura  realidade recheada de fantasia. No livro, ele conta que se inspirou no amor dos pais para escrever o meu romance preferido: O amor nos tempos do Cólera. Referindo-se às narrativas dos pais sobre como se conheceram e vivenciaram o amor, diz: "Os dois eram excelentes narradores, com a memória feliz do amor, mas chegaram a se apaixonar tanto em seus relatos que quando finalmente decidi usar essa memória em O amor nos tempos do cólera, eu, mesmo passado de meus cinquenta anos, não consegui distinguir os limites entre a vida e a poesia."
A vida é realmente o que a gente recorda e por isso ela, creio eu, é a maior escola do escritor. Lógico que você aprimora a escrita lendo, estudando, enfim... Mas, para escrever, é preciso viver, ser observador e, não poderia deixar de incluir, ser um exímio "ladrão" de histórias.
No melhor dos sentidos, García Marquez apropriou-se da história dos seus pais, a enriqueceu com o domínio das letras que tem e criou, com um toque mágico de fantasia, um dos romances mais lindos que há, na minha opinião. História brilhante porque soube contá-la, como vários de seus livros, influenciados por suas recordações e pelos relatos e vivência dos seus.
Vários livros do autor basearam-se nas experiências de sua infância. Acho que esses anos foram muito importantes para construir esse seu universo imaginativo. Ele foi criado na casa dos seus avós maternos. O avô, coronel Nicolas Márquez, veterano da guerra civil colombiana narrava-lhe suas aventuras militares e a avó, Tranquilina Iguarán, relatava fábulas e lendas que transmitiam sua visão mágica e supersticiosa da realidade.
Isso explica muita coisa da maneira como ele recorda para contar. Só mesmo uma alma recheada de boas memórias infantis poderia enxergar a realidade com tanta magia e pureza. Só mesmo uma alma ingênua de criança conseguiria criar um homem que espera 53 anos, 4 meses e 11 dias pelo amor de uma mulher; um cronista de 90 anos que se apaixona por uma adolescente virgem e adormecida e, ainda, uma cidade imaginária, Macondo, fundada por primos que se casaram assustados pelo mito de que o casamento entre familiares poderia gerar filhos com rabos de porco. Só mesmo Gabriel García Marquez... Adoro!

Um comentário:

  1. Conheci esse blog por acaso e gostaria de aproveitar e deixar meu comentário sobre o livro acima:
    Comecei o ano 2013 ao lado de Gabriel, lendo seu livro "Viver para Contar", iniciei a leitura sem nenhuma pretensão, e pensei: Tem que me prender no primeiro capítulo... E não é que estou completamente entregue??!! Bjo a todos!
    Kátia Leite - Recife/PE

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